O ETERNO RITUAL
por Adriano Siqueira siqueira.adriano@gmail.com
e M. D. Amado guardiaoestronho@gmail.com
Novamente eu estava com minha mulher no meio daquela floresta.
De três em três meses, ela insistia que fizéssemos esta viagem.
Não a culpo, pois era um lugar lindo, mas mesmo assim, eu achava estranho...
Porque ela sempre escolhia aquela floresta?
Pensei na possibilidade dela estar me traindo.
Ela me amava. Apoiava-me em tudo que fazia, defendia-me o tempo todo.
Ela cuidava de mim como se eu fosse seu irmão mais novo! Mas eu era desconfiado. Sabia que ela tinha alguém e hoje, eu descobriria quem era.
A noite, quando acordei, ela não estava dentro da barraca. Fui procurá-la.
Andei mais de um quilômetro e vi algo que se parecia com um ritual.
Meu Deus! Minha mulher estava no meio daquela roda de fanáticos fazendo sexo com um homem que nunca tinha visto!
Eu não estava acreditando.
Ataquei o homem e arranquei minha mulher de lá.
No caminho, ela chorava dizendo que era preciso terminar o ritual.
Eu estava alucinado. Nada que ela dizia justificaria aquele ato.
Ela correu até a barraca, pegou a arma e me disse para matá-la.
— Impossível! — eu disse. Eu não poderia de forma alguma fazer aquilo.
Ela começou a mudar de voz... Seu corpo passava por uma mutação...
Estava se transformando em algo grotesco, um dragão ou crocodilo. Nunca tinha visto nada igual...
— Atire! Agora!
Uma hora depois.
— Ela me amava, sabe, seu guarda. Ela era tudo que eu mais amava.
Agora só resta nós dois. Eu e a... Minha filhinha.
A marca de nascença de Marina se fazia cada vez mais notada com o passar dos anos. Ela se orgulhava de sua marca, no formato de lua. Gostava de exibi-la sempre que possível. Parecia uma tatuagem de verão, e lhe dava um certo charme, aos olhos dos jovens amigos de escola.
Para sua festa de quinze anos, o tema foi diferente de tudo que se vê por aí. Uma festa gótica, com direito a banda ao vivo. Seu pai estava inquieto, apesar de ter dado todo apoio para a festa. Não sabia explicar, mas sentia o mesmo incômodo na alma, que sentira na noite em que teve que dar cabo de sua esposa. O ritual... O ritual... Uma voz parecia verberar dentro de sua mente, deixando tudo ao redor em segundo plano, até mesmo o altíssimo som que vinha das guitarras no palco.
O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...
Treze anos depois, ele ainda reconhecia aquela voz. Assustado, procurou sua filha com os olhos. A encontrou dançando no meio do salão. Era a imagem da mãe um pouco mais jovem.
No palco a banda cover tocava After Dark, de Seraphim Shock. As poucas luzes no ambiente deixavam ver o início da transformação...
O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...
Marina levou as mãos à marca de nascença. Queimava... Uma dor insuportável. As roupas eram rasgadas, mostrando o bonito corpo da jovem, que agora tomava proporções bem maiores. Um misto de delírio, excitação e pavor tomou conta dos amigos mais próximos.
O ritual... Eu tinha que terminar o ritual... Tinha que libertar nossa filha...
Sua pele branquinha e bem cuidada dava lugar a escamas grossas e escuras. Os olhos adquiriam um tom alaranjado e cresciam de tal forma, que se deslocavam para as laterais do rosto...
O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...
Um grito pavoroso saiu de sua garganta, enquanto lágrimas de um espesso sangue brotavam de seus olhos. Asas...
Você não me deixou livrá-la da maldição... O ritual...
Asas de dragão... Foi a última fase da transformação. Sua melhor amiga, Aninha, foi seu primeiro alimento. Metade do corpo destroçado caiu no chão quando Marina alçou vôo, quebrando a grande porta de vidro. Seu destino, por instinto: a floresta onde tudo deveria ter terminado.
Para sua festa de quinze anos, o tema foi diferente de tudo que se vê por aí. Uma festa gótica, com direito a banda ao vivo. Seu pai estava inquieto, apesar de ter dado todo apoio para a festa. Não sabia explicar, mas sentia o mesmo incômodo na alma, que sentira na noite em que teve que dar cabo de sua esposa. O ritual... O ritual... Uma voz parecia verberar dentro de sua mente, deixando tudo ao redor em segundo plano, até mesmo o altíssimo som que vinha das guitarras no palco.
O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...
Treze anos depois, ele ainda reconhecia aquela voz. Assustado, procurou sua filha com os olhos. A encontrou dançando no meio do salão. Era a imagem da mãe um pouco mais jovem.
No palco a banda cover tocava After Dark, de Seraphim Shock. As poucas luzes no ambiente deixavam ver o início da transformação...
O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...
Marina levou as mãos à marca de nascença. Queimava... Uma dor insuportável. As roupas eram rasgadas, mostrando o bonito corpo da jovem, que agora tomava proporções bem maiores. Um misto de delírio, excitação e pavor tomou conta dos amigos mais próximos.
O ritual... Eu tinha que terminar o ritual... Tinha que libertar nossa filha...
Sua pele branquinha e bem cuidada dava lugar a escamas grossas e escuras. Os olhos adquiriam um tom alaranjado e cresciam de tal forma, que se deslocavam para as laterais do rosto...
O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...
Um grito pavoroso saiu de sua garganta, enquanto lágrimas de um espesso sangue brotavam de seus olhos. Asas...
Você não me deixou livrá-la da maldição... O ritual...
Asas de dragão... Foi a última fase da transformação. Sua melhor amiga, Aninha, foi seu primeiro alimento. Metade do corpo destroçado caiu no chão quando Marina alçou vôo, quebrando a grande porta de vidro. Seu destino, por instinto: a floresta onde tudo deveria ter terminado.
M. D. Amado é proprietário do http://www.estronho.com.br/ que está fazendo 13 anos de vida.
Participou da Antologia DRACULEA, o livro secreto dos vampiros
Lançou o e-book gratuito Empadas e Mortes
Adriano Siqueira, Nelson Magrini e M. D. Amado
no lançamento do Draculea, o livro secreto dos vampiros.
3 comentários:
Não preciso nem falar nada né???
Genial, e o M.D. aindaa falava que tava com medo de fazer.....
Ficou super cabuloso....uma ideia fantastica. Não falei que consegueria!
Abraços pessoal, continuem escrevendo!
Narrativa envolvente, principalmente perturbadora, gostei muito!!!
Texto interessante, gostei de ler, é de um peso em seu conteúdo. Bem legal mesmo.
Remover o catcha aqui seria legal...
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