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domingo, 4 de outubro de 2009

O Eterno Ritual - Adriano Siqueira e M. D. Amado


O ETERNO RITUAL

por Adriano Siqueira siqueira.adriano@gmail.com






Novamente eu estava com minha mulher no meio daquela floresta.
De três em três meses, ela insistia que fizéssemos esta viagem.
Não a culpo, pois era um lugar lindo, mas mesmo assim, eu achava estranho...
Porque ela sempre escolhia aquela floresta?
Pensei na possibilidade dela estar me traindo.
Ela me amava. Apoiava-me em tudo que fazia, defendia-me o tempo todo.
Ela cuidava de mim como se eu fosse seu irmão mais novo! Mas eu era desconfiado. Sabia que ela tinha alguém e hoje, eu descobriria quem era.
A noite, quando acordei, ela não estava dentro da barraca. Fui procurá-la.
Andei mais de um quilômetro e vi algo que se parecia com um ritual.
Meu Deus! Minha mulher estava no meio daquela roda de fanáticos fazendo sexo com um homem que nunca tinha visto!
Eu não estava acreditando.
Ataquei o homem e arranquei minha mulher de lá.
No caminho, ela chorava dizendo que era preciso terminar o ritual.
Eu estava alucinado. Nada que ela dizia justificaria aquele ato.
Ela correu até a barraca, pegou a arma e me disse para matá-la.
— Impossível! — eu disse. Eu não poderia de forma alguma fazer aquilo.
Ela começou a mudar de voz... Seu corpo passava por uma mutação...
Estava se transformando em algo grotesco, um dragão ou crocodilo. Nunca tinha visto nada igual...
— Atire! Agora!
Uma hora depois.
— Ela me amava, sabe, seu guarda. Ela era tudo que eu mais amava.
Agora só resta nós dois. Eu e a... Minha filhinha.

A marca de nascença de Marina se fazia cada vez mais notada com o passar dos anos. Ela se orgulhava de sua marca, no formato de lua. Gostava de exibi-la sempre que possível. Parecia uma tatuagem de verão, e lhe dava um certo charme, aos olhos dos jovens amigos de escola.

Para sua festa de quinze anos, o tema foi diferente de tudo que se vê por aí. Uma festa gótica, com direito a banda ao vivo. Seu pai estava inquieto, apesar de ter dado todo apoio para a festa. Não sabia explicar, mas sentia o mesmo incômodo na alma, que sentira na noite em que teve que dar cabo de sua esposa. O ritual... O ritual... Uma voz parecia verberar dentro de sua mente, deixando tudo ao redor em segundo plano, até mesmo o altíssimo som que vinha das guitarras no palco.

O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...

Treze anos depois, ele ainda reconhecia aquela voz. Assustado, procurou sua filha com os olhos. A encontrou dançando no meio do salão. Era a imagem da mãe um pouco mais jovem.

No palco a banda cover tocava After Dark, de Seraphim Shock. As poucas luzes no ambiente deixavam ver o início da transformação...

O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...

Marina levou as mãos à marca de nascença. Queimava... Uma dor insuportável. As roupas eram rasgadas, mostrando o bonito corpo da jovem, que agora tomava proporções bem maiores. Um misto de delírio, excitação e pavor tomou conta dos amigos mais próximos.

O ritual... Eu tinha que terminar o ritual... Tinha que libertar nossa filha...

Sua pele branquinha e bem cuidada dava lugar a escamas grossas e escuras. Os olhos adquiriam um tom alaranjado e cresciam de tal forma, que se deslocavam para as laterais do rosto...

O ritual... Eu tinha que terminar o ritual...

Um grito pavoroso saiu de sua garganta, enquanto lágrimas de um espesso sangue brotavam de seus olhos. Asas...

Você não me deixou livrá-la da maldição... O ritual...

Asas de dragão... Foi a última fase da transformação. Sua melhor amiga, Aninha, foi seu primeiro alimento. Metade do corpo destroçado caiu no chão quando Marina alçou vôo, quebrando a grande porta de vidro. Seu destino, por instinto: a floresta onde tudo deveria ter terminado.


M. D. Amado é proprietário do http://www.estronho.com.br/ que está fazendo 13 anos de vida.

Participou da Antologia DRACULEA, o livro secreto dos vampiros


Lançou o e-book gratuito Empadas e Mortes




Adriano Siqueira, Nelson Magrini e M. D. Amado
no lançamento do Draculea, o livro secreto dos vampiros.




segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A Vampira Alinam - por Adriano Siqueira e Raphael Albuquerque

A Vampira Alinam
Por
Adriano Siqueira
siqueira.adriano@gmail.com
Raphael Albuquerque
raphael_albuquerque_@hotmail.com



Parte 1

Alinam, a Vampira Solteira, procura...

Com um anúncio assim todos os homens da terra ficariam impressionados.
Mas ninguém ficaria mais impressionado do que o Sr. Dryne.


Dryne era um homem completamente obcecado por vampiras e ao ver o anúncio ficou louco para conhecer Alinam a Vampira.
Depois de se arrumar nos lugares mais chiques de São Paulo Ele arrumou as malas e foi para o Rio de Janeiro conhecer a vampira.
Logo que chegou no endereço indicado no anúncio Dryne percebeu que o apartamento era no topo do prédio. Ele pegou o elevador e quando chegou no último andar, viu uma mulher arrastando um corpo.
Ele ficou assustado. Ela era muito forte, pois o corpo tinha pelo menos mais de 120 quilos.
Ela olhou rapidamente para Dryne e disse:
— Vai ficar ai parado ou vai me ajudar a carregar este corpo?
Sem pensar nas conseqüências Dryne ajuda a jovem mulher a carregar o corpo para a saída de emergência do prédio.
Logo depois que eles jogam o corpo na saída de lixo do prédio. Dryne pergunta.
— Por um acaso será que poderia me explicar quem era ele?
— Um homem mal. É só o que posso dizer.
— E você?
— Uma mulher... Que gosta de homens.
Ela o abraçou e beijou a sua boca por um bom tempo. Ele ficou bem surpreso com a sua reação e perguntou:
— Por um acaso você não é a vampira que procuro?
— Não! Não sou. Eu apenas estou aqui para ajudar a limpar a “casa” se é que você me entende. Meu nome é Liv. Venha eu vou levá-lo até a vampira.
Dryne é levado para uma grande sala. Liv pega uma taça de vinho e senta ao lado dele e oferece a taça e pergunta:
— Então você quer conhecer uma vampira?
— Eu amo vampiras acho que nasci para ficar com elas, mas confesso que nunca tinha visto anúncios sobre encontros com vampiras.
— Hahaha! Mas Alinam é uma vampira muito diferente. Ela não tem medo de se expor. Alguns vampiros se escondem na noite para pegar as suas vitimas... Alinam não faz isso ela os convida. Eles vem se quiserem.
— Isso é fascinante. Então eu seria uma vitima no caso?
— Talvez... As vezes Alinam gosta da pessoa e eles acabam sendo contratado para trabalhar com ela.
— E como vou saber se eu serei um empregado ou amante ou uma vitima?
— Isso só o tempo dirá... Olha... Ela já está chegando tenho que ir.. Fique a vontade e não mostre medo para ela... Ela odeia homens medrosos. Ela gosta muito de homens que passem confiança para ela. Seja gentil e tudo acabará bem.
Dryne estava atento... Fazia o Maximo para não demonstrar o medo que tomava todo o seu corpo. Era impossível não ter. Não era o tipo de situação que acontecia diariamente. Ele ouve passos vindos da escada... Tentava se posicionar no sofá. Pensava em como se meteu nisso. Se não era melhor ficar em casa procurando fotos de vampiras na internet.
Aos poucos ele via as pernas. Ela usava um vestido preto e salto alto. As curvas chamariam a atenção de qualquer homem. Uma vampira que certamente não teria dificuldades de encontrar vitima. Era uma vampira linda. Não tão alta quanto imaginava. Mas do tamanho certo. Tinha cabelos escuros e usava um piercing bem debaixo do lábio inferior. Seus olhos eram Negros e o seu sorriso muito cativante.
Ela se aproximou sem dizer uma palavra. Chegou muito perto do rosto de Dryne e começou a cheirá-lo deixando uma pergunta no ar:
— Não sabia que as vampiras gostavam de cheirar os homens.
— Na verdade. Eu estou apenas sentindo o cheiro do seu sangue da sua alma. É assim que eu identifico os melhores.
— Espero estar entre eles então.
— Isso eu ainda não decidi e eu não gosto muito de homens impacientes.
— Saiba que, com você, eu não teria pressa.
— Uma boa resposta Sr...
— Dryne... Um homem que aprecia muito a sua beleza.
— Mesmo que eu seja a última mulher que amará por toda a sua vida?
— Isso é você que decide!
— Adoro homens que sabem o que quer espero que eu não tenha que decidir tudo.
— O que quero... Bom... Dê-me oportunidade e lhe mostrarei porque eu te mereço.
— Fique a vontade então... Mas antes. Um joguinho. Liv.
Após Liv ser chamada ela abre a cortina e Dryne fica surpreso com o que vê. Uma mulher sangrando pelo pescoço completamente amarrada em uma cadeira. Seus olhos eram completamente brancos e a sua boca estava aberta mostrando caninos salientes.
Liv pega uma estaca e coloca nas mãos do Dryne. Alinam olha para Dryne e diz:
— Mate está vampira traidora e você fará parte do meu grupo seleto de amigos. Tenho a certeza que você não vai se arrepender.
Alinam e Liv saem da sala e deixam o Dryne sozinho com a vampira. Ele olha para a estaca e depois para a vampira.
Será que ele está preparado para mostrar as vampiras que ele merece confiança? Afinal... Ele nunca matou uma vampira antes. E ele só pensava:

— Será que ela quer realmente que eu mate uma vampira? E será que eu terei o terno amor desta vampira? Será que ela me ama?


Dryne pensou por mais alguns segundos, não poderia demorar muito, talvez devesse demonstrar atitude e iniciativa, não deixar-se ser levado pelas emoções mortais, teria que pensar como um vampiro.

Olhou mais uma vez para a face da vítima. O semblante da bela garota era triste, ela sentia que sua morte estava próxima.

Arcando as sobrancelhas, Dryne deu o primeiro passo em direção à apática vampira.

Segurou a estaca com firmeza, para que ela não escorregasse, o ato deveria ser perfeito.

O martelo de madeira repousava na estante, logo atrás da garota, Dryne decidiu não usá-lo, executaria a moça com as próprias forças.

Antes do ato final, Dryne avistou uma fita adesiva, caminhou até o objeto e o pegou. Logo em seguida selou a boca da vampria, assim impediria qualquer barulho que comprometesse a noite, como um grito indesejado, preferia fazer tudo silenciosamente. Incapacitada de falar, devido à fita adesiva, a traidora só pôde emitir um poderoso grunhido, como se gritasse para dentro do próprio peito.

A estaca teve dificuldade para perfurar a primeira camada da pele, Dryne usou mais força, inclinado o corpo, para obter mais peso.

As costelas estralaram, a haste invadiu o peito da garota, trespassou o coração e cravou-se no encosto da madeira.

O sangue escorreria pelo nariz da vítima, talvez a boca incapacitada de abri-se, não deu passagem para o sangue escorrer por entre os lábios.

A respiração ofegante e o coração acelerado do assassino foram diminuindo suas freqüências gradativamente, até atingirem o limiar normal.

Aparentemente morta, a jovem vampira não esboçava nenhum movimento. Dryne olhou para sua mão, e viu o quanto estava rubra. Encharcada de sangue. Ficou conturbado, nervoso novamente. Nunca havia matado ninguém, e a idéia de ser um assassino agora, deixava-o confuso sobre quem ele realmente é.

A cozinha estava mergulhada na escuridão, Dryne correu até o cômodo e acendeu a luz. Foi até pia e começou a lavar as mãos freneticamente. A água rosada refletia seu rosto apavorado. Por mais que esfregasse as mãos, o sangue parecia não querer sair.

Da janela da cozinha podia-se ver toda a cidade, iluminada por pequenos feixes de luzes.

Lá de cima era possível ouvir o farfalhar da cidade noturna. Carros iam, viam e buzinavam a sirene da policia ecoava por entre os prédios.

Perdido nas frívolas da cidade, Dryne foi surpreendido por Liv, que sutilmente acariciou suas costas, seguido de um sensual abraço.

— Vai acabar rasgando a pele Dryne! — disse a vampira ao sopé do ouvido.

A torneira foi fechada e a água cessou.

Conduzido por Liv, Dryne foi guiado até a sala, onde executou sua tarefa. Alinam aguardava ansiosa pela chegada do carrasco.

Com as idéias em ordem, o rapaz caminhou até o sofá que se sentou outrora. Ficou estático, olhando para Alinam.

— Muito bem feito Dryne! — iniciou Alinam.

— Fiz como foi pedido.

A mulher de vestido preto caminhou até o sofá onde estava o assassino. Escorregou suas lindas e geladas mãos pelos ombros dele. Deu a volta no sofá, parando atrás do homem.

E repousando sua cabeça no ombro de Dryne ela disse:

— Sou muito fiel quando prometo algo Dryne!

— Que bom, assim não preciso me preocupar. — respondeu Dryne sorrindo.

As presas de Alinam mostraram-se intimidadora, mas o carrasco Dryne não moveu um músculo.

— Farei de você um nós, será um amigo agora. E a partir de hoje não farei mais anúncios. Mudarei as regras e os jogos, você será para sempre o meu carrasco, caçara para mim todas as noites, e trará aqui todas as nossas vítimas. Aceita o jogo Dryne?

Rindo altamente o carrasco responde:

— Mas é claro minha adorada.

— Então se prepare Dryne, você passara adoráveis noites ao meu lado! — disse Alinam cravando suas presas no pescoço de sua mais nova vítima. Dryne!


Os Autores
Adriano Siqueira e Raphael Albuquerque também participam na Antologia Draculea - o livro secreto dos vampiros






Raphael está segurando o livro e eu estou na frente abaixado. - foto do lançamento do Draculea

O blog do Raphael Albuquerque é http://bardostrovadores.blogspot.com/

sábado, 27 de junho de 2009

Concórdia - por Adriano Siqueira e Eric Novello




CONCÓRDIA - ADRIANO SIQUEIRA / ERIC NOVELLO

Dalton era um rapaz muito curioso. Tinha 22 anos, era Loiro, alto e seus olhos eram azuis. Ele sempre se envolvia com todos os tipos de pessoas e problemas. Para ele, nada importava mais do que conhecer o mundo por completo. E naquela noite ele iria conhecer algo que mudaria a sua vida para sempre.

Dalton estava acompanhado de seus dois amigos, Carlos e Mauro. Eles iam para uma casa abandonada para se encontrar com um homem que lhes mostraria os segredos do vampirismo.


Carlos pede atenção a Dalton e diz brevemente:

- Nada de falar da sua amiga Lecabel, entendeu Dalton?

- Mas eu preciso saber se ela realmente existe. Acho que se o cara que vamos conhecer é um vampiro, ele pode ver o que não vemos. Entende? Eu preciso saber.


Dalton, desde criança tinha visões com esta mulher. Lecabel, a mulher morena, cabelos lisos de 19 anos Ela sempre o perseguiu, em sonhos, em visões. Por vezes até ouvia as suas respostas monossilábicas. "Sim", "não" e hoje mesmo, quando ele estava saindo da sua casa, ouviu-a dizer "não". Mas ele queria saber mais sobre ela.


Estava apaixonado e faria de tudo para conhecê-la mesmo ela se negando a falar. O nome Lecabel foi um nome que ele escutou enquanto estava acordando pela manhã... ouviu três vezes. Nunca tinha escutado um nome tão diferente, mas mesmo assim, nunca mais esqueceu.


A casa não tinha luz, apenas velas colocadas em um único quarto. O homem de aproximadamente 40 anos estava lendo um livro muito antigo.

Ele os olhou com indiferença e falou com eles sem tirar a atenção do que estava lendo.


- Trouxe o que pedi?

Mauro, que era o mais medroso, disse:

- Está aqui senhor! O sangue que pediu.

Carlos deu a mochila para Mauro e dentro dela havia oito sacos de sangue.

Dalton disse impressionado:

- Onde conseguiu isso? Vocês roubaram sangue?

Carlos se defendeu:

- Vai por mim, Dalton! Vai valer a pena!


O homem pega a mochila... coloca o saco de sangue na frente da vela para ver a cor... Pega todos os sacos e os coloca em um frízer escondido debaixo da mesa. Olha para eles e fica imóvel por alguns segundos. Sem mostrar um sentimento qualquer ele diz:

- Perguntem!


Carlos é o primeiro a perguntar.

- Quanto tempo eu vou viver?

O homem olha para os lados e depois de algum tempo começa a andar pelo

quarto. Vai até um castiçal com três velas. Ele apaga duas velas. E

diz:

- Quando esta terceira vela apagar você morre.


- Carlos fica apavorado, mas ele vê o homem se afastar e deixar a vela acesa. Ele aponta para Mauro e diz:

- Sua vez!



Mauro pergunta rapidamente:

- Quanto tempo vou viver?

O homem sorri e diz...

- Então vocês querem saber mesmo o quanto viverão? Que interessante.

Mauro você não corre risco de vida. Viverá muito. Mas se quer algo

mais... se quiser uma vida eterna deve fazer um favor para mim.

Mauro engole seco, mas ele balança a cabeça favoravelmente e o homem

continua a falar:

- Bom Mauro. Para viver para sempre não é preciso fazer nenhum pacto,

nada que exija muita... Coragem. É só apagar aquela vela.


Carlos gritou:

- Não Mauro! Se você apagar aquela vela ele me mata!

- Desculpa Carlos, mas eu quero a vida eterna.

Dalton o impede:

- Você está louco? Este homem está brincando com a gente.

- Saia da minha frente, Dalton! Não quero nem você e nem a sua assombração Lecabel se metendo na minha vida!

- Esperem! O que foi que você disse?


Dalton respirou fundo e disse:

- Lecabel. É uma mulher...

- Eu sei quem é Lecabel! Onde ela está?


O homem furioso pega Dalton pelo colarinho e o levanta.

- Eu quero a Lecabel!!!

- Eu não sei... Ela aparece nos meus sonhos.


O homem joga o corpo do Dalton para o lado e começa a rir.

- Então ela agora tem um cargo diferente. – o homem continua rindo. –

Vamos ver como ela ira ajudá-lo agora, mortal. O homem abre a boca e os caninos pontiagudos aparecem.


Mauro grita...

- Senhor espere! E minha vida eterna? Como fica?


O vampiro arruma um pouco o seu cabelo e respira fundo para voltar ao seu controle e logo em seguida aponta para a vela e diz:

- É só apagar a vela!


Mauro corre até a vela... Ele sorri e apaga a vela. Neste momento uma lança sai debaixo da mesa e atravessa o corpo do Mauro. Ele fica pendurado ao lado da vela.

- Pronto! Pode ficar eternamente ai bem do lado vela.


Depois de muitas risadas ele fica sério e olha para o Carlos.

- Mas não é uma pena! O seu amigo o sacrificou!


Antes que o Carlos pudesse sair do quarto o seu corpo cai sem a cabeça. O Vampiro fica lambendo o sangue da cabeça de Carlos e joga a cabeça para o lado. Ao retomar à sua postura, ele olha diretamente para Dalton. Seus olhos estavam mostrando sinais de ira. O Vampiro começou a falar:


Há muito tempo eu fui preso e torturado por quatro anjos... Eu matei três deles. E advinha qual é o nome do quarto anjo que escapou?


- Le-Lecabel!

- Bingo!!!

O vampiro caminha até Dalton e continua falando:

- Lecabel! É o que chamamos de anjo guardião. Seu anjo! Mas eles só podem proteger mortais... Mortais!

Sua mão puxa os cabelos do Dalton para o lado deixando o pescoço a mostra... – Apenas Mortais!


O vampiro suga uma boa parte do sangue de Dalton. Logo depois faz um corte no seu próprio rosto e passa a boca do Dalton nele. Ele solta o corpo que cai no chão sem nenhuma reação.

- Lecabel! Está no contrato... Você só pode proteger mortais! Este homem agora é um Vampiro! E está é a minha vingança!

O vampiro se retira rindo!


24 horas depois.


- Eu quero voltar!

- Não Lecabel! Não há nada que possa fazer.

- Olha! Eu não sou um anjo comum... Sou guerreira. Ajudei a capturar muitos vampiros! Esse se vingou de mim. Transformou em vampiro o que eu protegia. Não pode terminar assim!

- Astard é um vampiro poderoso! Ele sabe que não podemos interferir.

Seu mortal foi irresponsável e ele pagou por isso! Caso encerrado!

- E se eu deixar de ser um anjo?

- Isso não é um clube Lecabel! O termo meio-anjo não existe!

Lecabel sai daquela sala toda azul e antes de fechar a porta diz:

- Existe amor depois da vida?

- Não tente fugir! Nós vamos caçá-la pela eternidade!


Dalton se levanta e sente uma leve dor no pescoço e uma enorme tonteira. Caminha pelo quarto. Sua boca estava seca e sentia dois dentes bem pontiagudos. Ele escuta uma voz.

- você esta em uma boa encrenca Dalton!


Dalton olha para aquela mulher... Ele a conhece... Já a viu nos sonhos. Só que agora ela usava uma jaqueta de couro e roupas escuras!

- Você é...

- Lecabel! Sim.. ainda sou um anjo mas agora serei caçada! Meus poderes são os mesmos mas.. agora todo mundo pode me ver. Hum... Você fica bem com estes novos olhos verdes!


Eles se abraçam. Isso não seria possível de nenhuma forma existente, mas agora o mundo que eles viviam não existe mais. Os dois vão

experimentar agora, uma nova vida, novos perigos surgirão mas também

conhecerão uma nova forma de... Amar.



"Lecabel é o anjo que rege o dia 12 de setembro" dia em que foi

inaugurado o teatro municipal!...




continua...


Aquilo que um dia fora a cabeça de Carlos não tinha mais carne ou pele. O processo de limpeza havia durado um ciclo de oito horas. Astard não conseguia lembrar quantos crânios tinha polido no curso de sua vida imortal até aperfeiçoar a técnica. Uma peça fresca como essa não se encontrava disponível no mercado. Agora era ir até o velho livro e encontrar os desenhos certos para a armadilha.

Parte da vantagem de ser um vampiro é ter tempo suficiente para descobrir exemplares raros de obras que muitos julgam inexistentes ou desaparecidas. Foi em uma de suas peregrinações que encontrou um antigo necromante, conhecedor de truques de aprisionamento. Ele não era do tipo que pode ser ameaçado, muito menos por um vampiro. Magos que estudam a vida e da morte sabem manipular a essência que está por trás do sangue dos imortais, o que realmente lhes tira a humanidade e joga de encontro à vida eterna. Por isso a força não era uma opção. Seres que permanecem vivos por magia não devem enfrentar magos, definitivamente.

O velho necromante olhou Astard com desdém. Conhecia seu nome, sabia que em sua casa jamais seria tocado e que poderia transformar a criatura em pó se assim o desejasse. Ciente da cobiça de colecionador do mago, o vampiro tratou de colocar as cartas na mesa. Tinha o cordão de um dos anjos que havia destruído no passado, peça de extremo poder e valor desconhecido. Aquele item sozinho já valeria uma boa quantidade de artefatos, mas Astard tinha um objetivo definido em mente. Em troca queria um dos livros de Amón, especificamente o que ensinava a aprisionar criaturas e divindades dentro de recipientes físicos. Na barganha, acabou deixando parte de seu sangue para estudos. Saiu fraco, mas satisfeito.

- Foi uma boa barganha, vampiro.

- Digo o mesmo, velho mago.

Astard aninhou-se no subterrâneo de sua casa, destrancou os armários e pegou o giz e a tinta. Hora de manifestar o lado artista não compreendido. Copiava o desenho com precisão, seguindo o que estava nas páginas empoeiradas do livro. Nos anos de estudo, tentara usar vasos de cerâmica, caixas de madeira e até mesmo lâmpadas metálicas, referência aos gênios míticos, mas esses materiais tinham durabilidade limitada e mais cedo ou mais tarde o espírito aprisionado conseguia fugir causando uma enorme confusão (espíritos aprisionados são muito vingativos, você deve imaginar). Por isso, voltara seus estudos aos ossos humanos, inescapáveis. Não por acaso, os frescos eram os melhores. Tinha se transformado em um bom manipulador, capturado elementais e espíritos errantes, mas seria a primeira vez que aplicaria a técnica em um anjo, então não podia se dar ao luxo de cometer erros.

Um desenho que tinha na base a forma de um pentagrama e no topo as curvas de um coração foi traçado no topo da caveira. Novas linhas surgiram, a caneta dançando sem parar, misturando símbolos de significados há muito tempo esquecidos. Astard deixou a caveira repousar sobre a mesa, a tinta adentrar o osso poroso. No chão, fez o círculo onde derramaria seu sangue. Mas antes, tinha que resolver uma pendência.

No andar de cima, pegou o cadáver espetado na lança e o carregou sobre os ombros de volta ao porão. A sujeira no caminho era desestimulante. Sempre ficava com a facilidade que os humanos tinham de inundar a casa de sangue só por causa de um furo ou dois. Mas dessa vez valeria a pena, já que estava mesmo precisando de um novo lacaio.

Depois de depositar o corpo de Mauro no centro dos desenhos traçados no chão, retirou-lhe toda a roupa do corpo. Tecidos incendiavam com facilidade em transições de estado de magia e ter que reconstruir o porão uma vez fora mais do que suficiente para entender o processo. Ajeitou-se sobre o corpo do jovem e mordeu ferozmente um pouco abaixo do peito. O sangue restante fluiu do boneco sem vida, parte para sua garganta, parte tingindo o chão. Com forças renovadas, pegou uma caixa de vidro com duas tíbias cruzadas e colocou em cima do peito do cadáver. O corpo era fresco, o espírito ainda não havia se desprendido. Iria fazer uma troca.

Dentro da cruz feita de tíbias havia aprisionado há cerca de dez anos um elemental do ar que resolvera rondar seus domínios. Com os anos de conversas e barganhas, sabia que um de seus desejos era sentir-se como um humano. Pois agora teria a chance.

Astard recitou a vigésima oitava página do livro de Amón. Sangue, espírito e oferenda. Uma luz forte envolveu o cadáver e a cruz. A luz se intensificou até se transformar em chamas. O cadáver se retorceu como se nele ainda houvesse vida. Feições humanas balançavam entre as chamas, enquanto o rombo feito pela lança se fechava. Astard acompanhou o espírito de Mauro vagar pelo fogo e ser aprisionado na cruz de ossos, ao mesmo tempo em que o elemental do ar entrava pela boca e pelas narinas do cadáver.

Astard caiu de joelhos. O processo consumira demais suas energias. Era a primeira vez que fazia um transporte duplo com direito a reanimação. Antes que fosse tarde, arrastou-se até o corpo que começava a despertar. Prendeu as mãos do golem com o peso dos joelhos e mordeu os próprios lábios, deixando o sangue pingar no rosto do que havia sido Mauro algumas horas atrás.

- Eu te batizo Arat. Não obedecerá a nenhum mestre que não tenha meu rosto nem minha voz. Não se voltará contra mim sem que a dor dilacere seu espírito. Você terá duas missões. Após cumprir as duas, estará livre para partir. Nesse meio tempo, poderá desfrutar todas as sensações do corpo humano e fazer dele o que quiser, contanto que não atrapalhe meus objetivos.

- De acordo, mestre.

Arat ergueu-se do chão experimentando o movimento dos dedos, tateando a pele, conhecendo-se diante da nudez. Uma leve brisa envolveu o ambiente e o corpo levitou no ar. O invólucro de carne não bloqueava os seus poderes como a cruz de ossos. Finalmente tinha um corpo para experimentar os prazeres humanos.

- Você vai precisar de roupas. Pegue no meu quarto o que melhor couber nesse corpo magrelo.

- E qual é a outra missão?

- Boa tentativa, mas isso não é uma missão, é um favor a nós dois para que você não vá preso ou chame atenção demais. A primeira missão será limpar a bagunça que está na sala. Limpe até que não haja sangue nos armários nem no chão. A segunda é encontrar um vampiro chamado Dalton e matá-lo. Lembre-se que está no corpo de um amigo dele, terá uma ótima chance de se aproximar para fazer o serviço.

Arat mirou fundo nos olhos de seu mestre, fez uma breve mesura e sorriu. Seu corpo ergueu-se mais uma vez no ar e desapareceu diante dos olhos do vampiro. Astard estava visivelmente assustado com a força do ser que havia criado, mas tinha uma vingança para se concentrar e não queria perder tempo.

Com a fraqueza inesperada, recorreu às bolsas de sangue que os estúpidos visitantes tinham trazido. Deleitou-se com cada saco, como se fosse uma peça refrescante e suculenta num dia de calor. A magia no ar era quase sufocante. Um humano comum certamente desmaiaria ao entrar na casa. O mais provável era que nem mesmo pequenos animais estivessem dispostos a se aproximar. Romper as fronteiras entre mundos sempre deixava a atmosfera mais densa. Era essa energia flutuante que pretendia usar para o golpe final.

Recuperado dentro do possível, o vampiro pegou o colocou o crânio dentro do heartagram e focalizou toda sua energia nele. Os subterrâneos da casa de Astard foram tomados de uma massa densa e escura, como se estivessem no meio do universo. O corpo do vampiro emanava uma luz violeta muito forte. Estava semitransparente. Era possível ver suas fibras, tendões, seus ossos. A dor era alucinante, mas necessária. Transformara-se em um canal entre dois mundos. Um ímã para a essência de sua inimiga.

Começou a senti-la em um ponto próximo. Tinha feito contato. Lecabel estava no mundo mortal. Tentava se afastar, mas era impossível. Astard repetiu a magia de Amón em seus pensamentos, uma vez atrás da outra. Não precisava de som nem de fala onde estava. Sentiu o anjo caído tocar sua mão, desorientado. Pegou-a pelo pulso, unindo-se ao ser celestial. Repetiu as palavras pela última vez e tocou o crânio com a palma da mão. Uma golfada de sangue batizou acidentalmente a prisão de ossos.

A energia se dissipou numa forte explosão, jogando Astard contra a parede. O mundo físico se fazia presente novamente, estava de volta ao seu porão. Buscando forças sabe-se lá em que lugar, colocou-se de pé e mirou o crânio de longe. Pequenos pontos vermelhos cintilaram no lugar das órbitas. Lecabel materializou-se ao lado de Astard, deixando-o atônito.

- Você deveria estar na prisão de ossos. – falou, tombando no centro do pentagrama.

- Seu vampiro estúpido. O que você fez? Eu estou presa ao seu corpo!

- O quê?

- Você me aprisionou dentro de você, idiota!

- Então... – Astard estava a ponto de desmaiar – Então o que é aquilo ali dentro?

Lecabel não esperou pela resposta. Fundiu-se novamente a Astard e o transportou dali, para um ponto fora da casa. O sol a pino fez o vampiro retroceder, num instinto primordial, mas para sua surpresa estava imune aos seus efeitos.

Lá embaixo, o crânio cintilou na escuridão. Ao seu redor, uma massa de energia e carne começava a se formar, criando contornos que lembravam um réptil. Astard havia cometido um erro que custaria muitas vidas. Ao abrir o portal para capturar Lecabel, tinha arrastado um demônio ancestral para o nosso mundo. Não podia imaginar que Lecabel já estava por aqui. Por ter abdicado de seu corpo celestial para ficar ao lado de Dalton, tinha saído da freqüência de energia que Astard considerava correta para encontrá-la.

Agora os dois inimigos precisariam agir juntos para derrotar uma criatura de força muito superior, enquanto Dalton conheceria um novo aliado, um golem com poderes bem curiosos. Arat começava a gostar do corpo de Mauro, de ser humano. Se não realizasse a segunda missão, poderia desfrutar dele o quanto quisesse.

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domingo, 1 de fevereiro de 2009

A FESTA - JULIANO SASSERON E ADRIANO SIQUEIRA

A Festa

Adriano Siqueira (início)
Juliano Sasseron (Final)



Sara liga seu aparelho de cd e coloca a música A Beautiful Lie – 30 Seconds to Mars enquanto providencia os preparativos para a grande festa que ela vai dar no seu apartamento.
Ela canta e dança conforme coloca os pratos na mesa.
O primeiro convidado chega.
Era Luiz, o seu namorado.
Eles se beijam por alguns instantes, em seguida ela pede para ele se sentar no sofá e enquanto ele se conforta Sara joga no colo do Luiz a lista de convidados.
Ele sorri... Sabe que é raro ela dar uma festa. E até fica orgulhoso de ver ela tão alegre e dançando. Dá um grande sorriso pra ela e começa a ler a lista de convidados. Seu sorriso vai, aos poucos desaparecendo do seu rosto. Ele começa a ficar com raiva e olha furioso.
- O que vai fazer? Por quê os convidou?
Ela apenas sorri. Pega a faca que estava em cima da mesa e levemente passa os dedos na ponta.
Apenas estou querendo fazer as pazes.
- Não vou ficar aqui assistindo você fazer isso com eles!
- Vai sim... Quero que veja tudo e você não vai sair. Você é curioso. Quer saber o quanto tenho de poder e até que ponto eu posso chegar. Além disso... Eu te amo e cada vez que te vejo impressionado você me deixa excitada.
- Você é louca eu não vou ficar aqui assistindo o que vai fazer e...
Luiz recebe um beijo da Sara e por mais que ele tenta falar mais ela o beija quente e com ternura. Ele se entrega em seus braços e ela o coloca sentando novamente até que diz bem baixinho.
- Você vai ficar bem aqui comportado e em silêncio até que tudo termine. Caso diga algo que não me agrade eu posso ficar triste com você.
- Porque não faz maldades comigo sara? Deixe-os...
- Mas eu já fiz... Você suportou todas... Até que descobri que sua fraqueza é você não suporta quando faço maldades com os outros. E isso me excita. Ver você sem saber o que fazer... Perdido. Deixa-me tão... tão quente. Você sofre tanto e eu adoro cuidar de você depois, tentando confortá-lo. Eu o amo... Amo muito. Você é tão... Tão menino pra mim. Tem tanto que aprender.
Sara ouve os convidados chegarem. Aos poucos todos os cinco convidados estão reunidos celebrando aquela noite. Uma linda noite de festa.
Luiz a assiste conversando com eles. Às vezes ela olha para o Luiz e pisca. Ele tem um calafrio cada vez que ela se aproxima e passa as mãos no seu peito e diz que o ama... Ele praticamente fica congelado.
Sem ação. Esperando qual seria a primeira vitima de Sara.
A Sua amiga do colégio Jéssica... Sara sempre a via roubar os namorados das suas amigas.
Sara sorri e abraça Jéssica com ternura. Elas conversam por algum tempo e depois vão para a cozinha. Luiz observa a porta da cozinha se fechar. Enquanto todos estavam escutando música e bebendo Sara sai da cozinha. Sozinha. Luiz começa a engolir seco. Fica se perguntando porque a Jéssica não saia da cozinha. Desta vez Sara não olhava para Luiz. Ela estava olhando os convidados atentamente. Até que ela vai falar com Rogério.
Sorrateiramente Luiz consegue ir até a cozinha e vê, no chão...
Jéssica caída... Não havia sangue... Apenas dois furos no seu pescoço.
Luiz ficava sem saber o que fazer... Sara era agora uma vampira! Ele balbuciava desesperado! - Como ela conseguiu isso? - E agora vai se vingar de todos. Todos!
O rapaz respira fundo, fazendo o batimento cardíaco desacelerar, e volta para a sala principal.
Sara, ainda falando com Rogério, lhe dirige um olhar frio e em seguida manda-lhe um beijo sedutor.
O pobre Luiz não sabe o que fazer. Estava preso na teia tecida pela vampira.
Após ouvir algumas palavras de Sara no ouvido, Rogério se levanta e vai para a cozinha, acompanhado da mulher.
- Jessica quer conversar em particular. – ela mente.
Luiz senti o compasso do coração aumentar novamente. Tinha que fazer alguma coisa, e rápido. Tentou pensar em algo, mas no instante seguinte Sara já saia da cozinha lambendo os lábios.
- Creio que eles têm muito o que falar.
Sara envolve Luiz em seus braços e enquanto o conduz até o sofá, lhe beija a orelha.

“Lie awake in bed at night
And think about your life
Do you want to be different? [Different]
Try to let go of the truth
The battles of your youth
'Cause this is just a game”

- Essa música já repetiu umas cinco vezes. – diz Hugo. – Vou trocar o CD.
- Deixe. – interrompe Sara. – Você já reparou na letra?
Hugo olhou para ela intrigado. “Já está bêbada”, pensou.
- Não. Sou péssimo em inglês.
- Pois bem, vou traduzi-la para você.
Amanda e Samuel pararam de conversar e fitaram Sara.
Ela retirou os braços de Luiz, se levantou e começou a recitar:

“Deite na cama à noite
E pense sobre a sua vida
Você quer ser diferente, diferente?
Tente contar a verdade
As batalhas da sua juventude
Porque isso é só um jogo”

Hugo riu. Achava que Sara estava completamente bêbada.
- Você acha isso engraçado? – a voz da mulher adiquiri um tom mais aspero.
Ele ficou em silêncio.

“É uma bela mentira
É uma perfeita negação
Apenas uma linda mentira para se acreditar
Tão linda, linda mentira”

- Vocês três – diz apontando para Hugo, Amanda e Samuel – , vivem essa mentira.
O clima começa a esquentar. Luiz ouve tudo sem pronunciar uma palavra. O medo do que estava por vir levantava-lhe os pêlos da nuca. Recua um passo. A garganta seca perante o que estava por vir.
Os três convidados olham entre si. Amanda começa a tremer, sabia o que Sara iria dizer depois. Aquilo iria por fim a seu namoro.
- Sara, vamos conver... – começa a mulher, mas é interrompida.
- Huumm, vejo que está com medo. É melhor mesmo. Seu segredinho vai ser revelado. – diz Sara, depois vira-se para Hugo e sorri.
O homem passa a mão trêmula no cabelo.
- Você está bêbada. Não sabe o que está falando.
O pobre Luiz sofre ao ver aquela situação. Sua amada havia se transformado em uma criatura com uma frieza inacreditável.
- Samuel... Samuel... – cantarola Sara. – Você sabe o que sua namoradinha e seu amiguinho fazem quando você não está por perto?
- Não escute o que ela vai dizer. É mentira. – diz Amanda com os nervos à flor da pele. Ela tenta pegar no braço do namorado, mas este recusa e fita Sara, esperando que ela prossiga.
A vampira diverti-se com a cena.
- Me diga Hugo: você nem lembra do amigo quando está transando com a namorada dele?
O homem fica irado. Levanta-se e vai em direção à Sara para agredi-la.
- Sua vaca!
Luis vira o rosto quando as unhas da vampira se transformam em garras e rasgam a face de Hugo.
Sangue espirra por todos os lados, manchando desde o chão e movéis até a parede do apartamento.
Amanda grita. Samuel também não contém seu espanto perante a cena horripilante.
Sara usa sua velocidade vampiresca e para ao lado da mulher. Amanda treme compulsivamente. Não consegue se mexer, estava paralisada de medo.
- Mentiras sempre são reveladas. – diz a vampira. – Mas não se preocupe, o seu namoradinho também tem um segredinho, não é mesmo?
Sara coloca suas mãos no ombro de Samuel que ainda estava atordoado com os repentinos acontecimento. Aquilo estava mesmo acontecendo? Parecia um pesadelo insano.
- Você ainda deseja ter um caso comigo, mesmo sabendo que sou uma... VAMPIRA?
Nesse instante Luis fica chocado. Não sabia dessa história.
- Isso mesmo querido. – diz Sara olhando para o rosto surpreso de Luis. – Esse verme queria te passar para trás.
- Luis, não é bem assim, é que... – Samuel não consegue concluir sua frase, pois nesse instante os caninos afiados de Sara perfuram seu pescoço.
Amanda tenta gritar novamente, mas a vampira tampa-lhe a boca. Sara passa a lingua no pescoço da mulher mas não a morde. Estava cheia. Com uma força exercida por seus braços, a vampira quebra o pescoço da última convidada, fazendo a cabeça da mulher pender para o lado.
Luis cai de joelhos. Lágrimas escorrem de seus olhos. Sofrimento.
Sara aproxima-se do namorado e beija-lhe calorosamente, depois posiciona seus lábios perto da orelha do homem e repete algumas palavras que havia dito anteriormente:
- Isso me excita. Ver você sem saber o que fazer... Perdido. Deixa-me tão... tão quente. Você sofre tanto e eu adoro cuidar de você depois, tentando confortá-lo. Eu o amo... Amo muito. Você é tão... Tão menino pra mim. Tem tanto que aprender.
Ficam nus rapidamente e após uma transa inesquecível, atingem o orgasmo junto, em meio aos cadáveres espalhados pelo apartamento.

“It's time to forget about the past
To wash away what happened last [happened last happened last]
Hide behind an empty face
Don't have too much to say
That this is just a game”




SOBRE JULIANO SASSERON

Juliano é Engenheiro Agrônomo e escritor. Nasceu a 6 de dezembro de 1985, em Andradas, MG. Escreveu seu primeiro livro ("Abençoado?" uma publicação independente) com 18 anos. Gosta de diversos gêneros literários, sendo o preferido: literatura fantástica.

Boêmio, gosta de sair e se divertir. Adora fazer novas amizades e ter contato direto com os leitores. Escreveu livros de suspense e de fantasia. Criou um mundo habitado por elfos, magos, anões, guerreiros, dragões e outras criaturas mágicas, no qual já escreveu as duas primeiras das quatros histórias programadas.
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