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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

FUTURO SOMBRIO - ADRIANO SIQUEIRA E NELSON MAGRINI





FUTURO SOMBRIO
Adriano Siqueira (início)
e Nelson Magrini (final).


“Eu não tinha como saber se minha descoberta mudaria nosso futuro. O que eu sabia é que precisava divulgar esta descoberta. Neste atual ano de 2304 nossos alimentos ainda são derivados do sangue. Sangue humano. Como nossos ancestrais vampiros, porém, usamos apenas, uma propriedade do sangue humano. Descoberta apenas há 200 anos através de estudos feitos em um único vampiro morto, achado no Amazonas, no século 21. Era extraído apenas o sangue humano da propriedade Tensor de tensões que define o estado de tensões num determinado ponto do corpo. Está propriedade não existia sem uma tensão no corpo e por isso os cientistas antigos não a achariam se não fosse retirada na hora certa. O corpo humano precisava passar por uma certa tensão para adquirirmos esta propriedade. Às vezes um susto ou mesmo euforia ou medo. Quase como adrenalina, porém rico em proteínas. Essas mudanças químicas acionadas pela tensão geravam a maior parte dos alimentos para os vampiros. Os cientistas descobriram esta propriedade no sangue humano e perpetuamos a nossa espécie. Mas se os humanos agora vivem mais de 200 anos e se alimentam desta propriedade sanguínea seria difícil acreditar que ainda somos humanos. Se não somos humanos também não somos filhos de Deus... De quem será a Terra então”?
- Abram!!! Abram!!!
- Mas quem será a essa hora?
- Viemos para tomar o que é nosso!!!
- Tummmff Aghhhhh!!!

# #

- A gravação terminou coronel. É tudo que temos... Fora o corpo com uma estaca enfiada no peito.
- Aquele corpo, Soldado, era de um dos maiores visionários deste mundo moderno. Era amado pelo nosso povo e suas descobertas ajudaram muitos doentes.
- Sinto muito senhor. Eu não sabia que aquele homem era tão importante.
- Ele era também... Meu irmão.
- Senhor isto foi encontrado ao lado do seu corpo...
- Uma rosa? Essa não!
- Alguma pista senhor?
- Pista? Este é o nosso próprio túmulo... A rosa não tem espinhos. E isso só aconteceu uma vez... Antes de Lilith ser expulsa do paraíso... Ela voltou e seus filhos, os demônios, querem vingança...

# #

O homem se recostou na poltrona e ficou olhando para a janela às escuras, muito embora, não olhasse para lugar algum em específico. Ele ouvira a gravação uma centena de vezes, e ainda assim, acreditava que deixara passar alguma coisa, um indício, pista, o que fosse. O coronel mencionara a nome Lilith e mencionara a palavra demônios, ele fora bastante enfático, inclusive, mas e daí? Lilith pertencia a uma lenda antiga, ou crendice, como prefeririam alguns. Falar em Lilith era o mesmo que falar em Adão e Eva, e em todas as implicações que daí derivavam, e nesse instante, o solo da racionalidade desabava. Tomar aquilo como possibilidade real era, no mínimo, exótico, além de obrigá-lo a adentrar em um terreno pantanoso, onde o conhecimento cético e prático perdia a valia, e a partir daí, qualquer hipótese se tornava factível, por mais fantasiosa que fosse.
O homem balançou a cabeça, se levantou e saiu ao terraço, observando a cidade, distraído. Ele sempre considerara o coronel um homem bastante pragmático e racional, mas agora, colocava em dúvida aquela conjectura. Apesar da humanidade ter adentrado ao século XXIV, e ter cada vez mais conquistado avanços na Ciência e tecnologia, logo após a descoberta da propriedade Tensor, e conseqüente mudança nas pessoas, a lenda da origem dos vampiros por Lilith passou a ganhar força, em breve se transformando em uma religião, mas nunca desconfiou que o coronel fosse simpatizantes dessas crenças. Possivelmente, a morte do irmão o havia abalado muito mais do que transparecia.
O homem olhou para a rua abaixo, se indagando o que pensariam aqueles que ali passam, se soubessem do ocorrido?
- Uma estaca no coração, merda! – praguejou de súbito, por entre os dentes cerrados, contrariado. - Era tudo o que a mídia desejaria, além de minha cabeça em uma bandeja! – completou, em voz alta.
Ele se voltou devagar, sentando-se à poltrona outra vez, agora pegando o relatório oficial da investigação, relendo-o. A área técnica garantia que não havia nenhum ruído de fundo significativo, salvo um pequeno silvo à distância, que ainda não havia sido identificado. No mais, era uma gravação padrão, destituída de imagens, que fora iniciado no instante das batidas à porta da vítima. A rosa sem espinhos ainda era um mistério, e continuava sob análise, salvo, é claro, pelo coronel, que a atribuía a Lilith e aos demônios, e fora aí, que a lenda entrara.
O homem jogou os papéis por sobre a mesa e se recostou, apertando os olhos. Estava cansado, e misturar lendas e crendices com fatos, não era uma receita muito propícia, principalmente para se desvendar um crime. Ele se levantou, concluiu sua taça de sangue e se dirigiu ao quarto. Em breve amanheceria e precisava repousar. Sabe-se lá porque, uma frase lhe veio à mente:
Se não somos mais humanos, de quem será a Terra, então?
Por um segundo, se deteve, tentando se lembra onde ouvira aquilo, ou mesmo, seu significado. Passado uns instantes, desistiu, foi ao quarto e se deitou. No entanto, não adormeceu de imediato. Longe, bem no fundo do inconsciente, uma voz lhe repetia:
...de quem será a Terra, então?







Sobre Nelson Magrini

Um nome de destaque no segmento de terror nacional, Nelson Magrini é paulistano e formado em engenharia mecânica pela Universidade Mackenzie. Atuou como Consultor Internacional de Gestão Empresarial e também como pesquisador e estudante de Física Quântica. Entre seus principais hobbies estão a música e a literatura de ficção e sobrenatural. Começou suas atividades como autor a partir de 2000, com projetos, voltados tanto para o público adulto quanto para o pré-adolescente, trazem como principais ingredientes suspense, aventura e elementos sobrenaturais. Publicou dois romances de terror pela Editora Novo Século, ANJO A FACE DO MAL e RELÂMPAGOS DE SANGUE, além de ter participado da coletânea AMOR VAMPIRO, da Giz Editorial.




sábado, 4 de outubro de 2008

OS DOIS LADOS DA MOEDA


- OS DOIS LADOS DA MOEDA -

Autores: Adriano Siqueira e Cintia Lacerda


Suzana girou a chave devagar e prendeu a respiração. Esperava que o miserável tivesse tido a decência de livrar-se de qualquer vestígio da presença das vagabundas que costumava trazer em casa, no horário em que ela trabalhava. Abriu a porta e surpreendeu-se ao encontrar sua amiga Rachel sentada, segurando uma xícara de café, com um sorriso irônico nos lábios.
- Tenho uma surpresa para você. No seu quarto – disse Rachel, permanecendo na sala.
Em cima da cama e espalhado por todo o chão do quarto estava seu marido.. completamente dilacerado em pedaços! Lembrou do seu anel naquele dedo que agora estava no chão perto dos seus pés.
"Maldita!! Matou meu marido e agora me quer também ... mas não serei fácil..." Esforçando-se para conter o pavor que a dominava, Suzana virou-se e deparou com Rachel, parada à porta.
- Enfim sós...
*****
Na semana anterior, Suzana estava organizando as fichas da biblioteca onde trabalhava, como era seu hábito ao final do expediente, quando uma mulher alta, muito pálida, com cabelos negros até o ombro, aproximou-se do balcão.
- Estou procurando livros sobre anatomia humana. Pode me indicar onde estão?
- Nós já estamos fechando... não poderia vir amanhã cedo?
- Infelizmente não tenho tempo de vir durante o dia. Será que você não poderia abrir uma exceção? – a mulher pousou sua mão na de Suzana, que arrepiou-se ao sentir aquele toque frio - Prometo que serei rápida...
- Está bem.
Em poucos minutos a mulher estava de volta com o livro. O telefone tocou. Era o marido de Suzana.
- Sim... Por que? Quem está com você? Por que faz isso comigo? – ela desliga o telefone, esforçando-se para conter uma lágrima.
- Problemas? - Suzana balançou a cabeça afirmativamente - Aceita tomar um café comigo?
******
Um executivo cinquentão acompanhara Rachel até o apartamento. Suzana sentiu um calafrio percorrer-lhe a espinha enquanto observava-a servindo o vinho ao convidado. Minutos depois, o homem já estava entregue aos encantos de Rachel. E, horas depois, Suzana encarregava-se de limpar o sangue do quarto, não deixando qualquer vestígio. Rachel observava-a limpando o chão.
- Bela bunda a sua... – ela desferiu um tapa nas nádegas de Suzana, erguendo-a pelos cabelos e jogando-a na cama – Hoje a noite vai ser longa.
****
Todas as noites Suzana fazia o mesmo ritual, deixando a casa perfumada à noite e sempre torcendo para que tudo acabasse rápido. Então a campainha tocou. Era um homem à procura de Rachel e perguntou se poderia espera-la. Suzana estranhou, um homem que conhecia Rachel e ainda estava vivo.
Ele sentou-se no sofá e olhou para Suzana como se fosse contar um segredo. Porém apenas perguntou se estava feliz por morar com Rachel. Suzana disse com a cabeça baixa que morava com ela porque queria continuar viva.
O homem colocou a mão no rosto dela. Suzana sentiu um arrepio percorrer seu corpo, e ele deu um sorriso.
Rachel chegou em casa sozinha. Suzana perguntou-lhe porque não havia trazido ninguém. Ela mandou que Suzana se calasse, perguntando a seguir se alguém havia procurado-a. Suzana balançou a cabeça em sinal afirmativo e Rachel começou a quebrar tudo a sua volta dizendo:
- Desgraçado! Ele está aqui! Maldito, maldito!
Rachel agarrou o cabelo de Suzana e dizendo-lhe que esta noite tudo vai acabar...
Suzana esperou Rachel virar-se, e atacou-lhe arrancando o braço... Rachel olhou o braço no chão e começou a gritar de raiva...
- Vai me pagar sua vagabunda...
Mas Rachel não teve tempo para reagir. Os golpes eram cada vez mais fortes até que ela caísse no chão desfalecida... Suzana quebrou a cama, pegou um pedaço de madeira, e enfiou no peito de Rachel... Tudo estava terminado...
O homem assistia a tudo da janela, orgulhoso de sua nova serva. Agora sabia que ela era de sua total confiança.

Noite de Surpresas



Noite de surpresas
Camila Moura e Adriano Siqueira

A noite está perfeita.

É um absurdo eu ficar ali, na companhia das minhas músicas, vinho, livros, pc... Porém sozinha não tem sentido. Falta-me calor, alguém para compartilhar e dividir esta noite maravilhosa.

Observo a lua da minha janela, alguma coisa está me chamando para a rua...para a noite, e eu não posso recusar, não quero recusar.

São mais ou menos onze da noite quando decido então ir a uma boate já conhecida. Banho, maquiagem, roupas, essências, apetrechos diversos...

Já passa da meia noite. Deixo meu apê para ir ao clube.

Próximo à boate as ruas estão desertas. Estranhei, mas acho que é culpa do mau tempo. Nem todo mundo sai com aquele tempo de chuva. As ruas estavam vazias...Normalmente estão cheias de carros turbinados, com seus rádios altos, mauricinhos bêbados e algumas pessoas que apenas querem uma noite mais divertida do que um apartamento vazio e frio.

Paro na porta da boate mas não há ninguém... nenhum segurança, bebum, garçonete, drogado, nada. Apenas uma placa dizendo Caça aos Vampiros Hoje.

Vampiros? Eles estão malucos? Deixar tudo aberto e sair à procura de vampiros?

Muitas perguntas na minha mente… melhor ligar para um conhecido atrás de respostas. Acho uma cabine telefônica e caminho em direção a ela. Porém enquanto caminho começo a sentir uma estranha sensação de que estou sendo seguida... observada, mas alguma coisa me diz que é melhor fingir que nada acontece.

Continuo até a cabine e apoio minha bolsa para procurar minha agenda, não demoro muito para voltar a sentir aquela sensação de que estava sendo vigiada, mas, finjo não sentir a presença. Em vão, a respiração na minha nuca, o perfume sutil e uma voz sublime e hipnotizante me dizendo que deveria segui-lo.

Sou puxada e guiada por uma mão masculina, forte, quente, macia, que me faz esquecer da bolsa, da ligação, das ruas desertas e principalmente do possível perigo que eu posso estar correndo.

Meio tonta, sem entender o que está acontecendo, não ofereço resistência e simplesmente o acompanho, quieta e calada como uma boa menina.

Quando dou por mim já estamos dentro da boate, que está vazia. Mesas vazias, bar vazio, pistas sem corpos suados dançando...

Ele me deixa sentada no bar e passa para o lado de dentro, e vejo-o preparar uma bebida. Ainda não consigo entender porque não fiz nada, porque estou sem reação. Ele é alto, jovem, não deve ter mais do que 25 anos, tem o corpo magro, porém atlético, usa roupas negras, correntes que brilham um pouco, cabelos levemente cacheados e meio compridos que lhe caem no rosto, que ele mantém abaixado por um bom tempo, concentrado nas bebidas que prepara.

- Acalme-se! -Diz ele -Logo eles verão a loucura que fazem, logo verão que tudo isso é uma grande tolice... que é impossível caçar vampiros!

- Por que diz isso?

- Porque... Bom, não sei…

Ele encosta mais para perto do meu rosto e me toca com suas mãos.

- Acredita em vampiros, moça?

- Claro! Você não?

Ele me beija... Fico ali com ele sentindo cada toque dos seus lábios nos meus… seus doces lábios quentes deixam os desejos fluírem, suas mãos deslizam no meu corpo e com elas minhas roupas descem facilmente, tocando em meus seios com os lábios ele me deixa mais ansiosa e excitada... mas o tempo se esvai.

Carinhosamente encaminho meus lábios para seu pescoço e finalmente sacio minha sede até que a sua pele quente fique gelada e embranquecida. Largo o corpo ao chão e vou para casa.

A noite é linda e cheia de surpresas...

domingo, 24 de agosto de 2008

Dois autores em uma mesma história

Olá,
Meu nome é Adriano Siqueira, escrevo contos desde 1996 e no ano 2000 foi criado o grupo Tinta Rubra. (grupo de escritores de vampiros) com a criação deste grupo muitos escritores se juntaram para escrever contos. Chamava-se contos em conjunto. (Cc).
Este Blog foi criado para isso. Começamos uma História com um autor e terminamos com outro.
Poderemos verificar que muitos escritores têm o seu próprio estilo de escrever e alguns são bem parecidos.
O intuito deste blog é fazer com que os leitores e escritores possam conhecer mais os estilos de um autor.

Sempre estarei convidando novos escritores para participarem deste blog e assim teremos sempre histórias inéditas.

Espero que apreciam está idéia e as histórias.
Colaborem através dos comentários.

abraços mortais
Adriano Siqueira (um dos autores do livro Amor Vampiro)
 
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